domingo, 12 de julho de 2009

Inteligências Múltiplas e a Educação do Séc XXI

(por Viviany Freire)

Inteligências Múltiplas foi o termo utilizado `a teoria das inteligências criada por Gardner, com grande repercussão nos Estados Unidos em meados dos anos 80. Sua teoria veio para o Brasil nos anos 90, e hoje mais de 20 anos após sua criação a educação brasileira vem conhecer esta teoria com embasamento mais profundo.
Acreditar na possibilidade desta teoria para sala de aula, vem nos fazer compreender a importância de perceber o indivíduo como um ser pluralista, portados de várias inteligências, diferente do outro, tornando-o um ser único. Hoje no séc XXI, é de extrema importância obter um outro olhar sobre a inteligência dos indivíduos, levar em consideração suas habilidades e potencialidades frente ao conhecimento em que lhe são apresentados.
Mas a tarefa para este novo milênio não é apenas afiar nossas várias inteligências e usá-las adequadamente. Precisamos ver como a inteligência e a moral, podem trabalhar em conjunto e criar um mundo em que uma grande variedade de pessoas queiram viver. Afinal, uma sociedade dirigida por pessoas inteligentes, ainda podem destruir a si mesmas ou ao resto do mundo.
Há meio século, ainda havia neurocientistas que acreditavam que o cérebro fosse uma máquina para todas as finalidades e que qualquer parte do cérebro podia servir para qualquer função cognitiva ou perceptiva.
Todos os fatos agora apontam para o cérebro como sendo um órgão altamente diferenciado: capacidades específicas, que vão da percepção do ângulo de uma linha à produção de um determinado som linguístico, estão ligadas a redes neuronais específicas. Dessa perspectiva, faz muito mais sentido pensar o cérebro como algo que abriga um número indefinido de capacidades intelectuais, cujas relações entre si precisam ser elucidadas.
Após as pesquisas de Gardner, adotou-se a visão de que o cérebro é modular, ou seja, se pensa melhor a mente humana como uma série de faculdades relativamente independentes, tendo relações apenas soltas entre umas e outras.
Hoje ele conceitua a Inteligência como um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura.
Segundo Gardner, as Inteligências não são objetos que podem ser vistos nem contados. Elas são potenciais, neurais presumivelmente, que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos.
São estas as 9 Inteligências (a nona ainda em comprovação) citadas por Gardner:
  • Inteligência Lógico- Matemática: Envolve a capacidade de analisar problemas com lógica, de realizar operações matemáticas e investigar questões cientificamente.
  • Inteligência Musical: Acarreta habilidade na atuação da composição e na apreciação de padrões musicais. Tem uma estrutura quase paralela à inteligência linguística, leva em consideração: rítmo, pulso, entonação entre outros fatores.
  • Inteligência Corporal-Cinestésica: Acarreta o potencial de se usar o corpo para resolver situações problemas ou fabricar produtos.
  • Inteligência Espacial: Tem como potencial reconhecer e manipular os padrões do espaço, bem como os padrões de áreas mais confinadas.
  • Inteligência Linguística: Envolve a sensibilidade para a língua falada e escrita, a habilidade de aprender línguas e a capacidade de usar a língua para atingir certos objetivos.
  • Inteligência Interpessoal: Detona a capacidade de entender as intenções, as motivações e os desejos do próximo e, consequentemente, de trabalhar de modo eficiente com terceiros.
  • Inteligência Intrapessoal: Envolve a capacidade de a pessoa se conhecer, de ter um modelo individual de trabalho eficiente, incluindo aí seus próprios desejos, medos e capacidades de usar estas informações com eficiência para regular a própria vida.
  • Inteligência Naturalista: Demonstra grande experiência no reconhecimento e na classificação de numerosas espécies da flora e da fauna de seu meio ambiente.
  • Inteligência Existencial: A capacidade de ver o mundo através da religiosidade, misticismo, mitologia, de se perguntar sobre a formação do mundo, do cosmos, dos seres vivos.

Os pontos chaves na teoria da "IM", é considerar que:

  • Toda pessoa possui todas as nove inteligências;
  • A maioria das pessoas podem desenvolver cada inteligência num nível adequado de competência;
  • As inteligências, normalmente funcionam juntas de maneira complexa;
  • Existem muitas maneiras de ser inteligente em cada categoria.

Para a educação do séc XXI, devemos levar em consideração a pluralidade de cada indivíduo para ensinarmos e aprendermos juntamente, propondo atividades que venham de encontro ao desenvolvimento pleno do indivíduo, que o faça pensar para modificar a realidade e que possa apresentar soluções para os problemas contemporâneos.

Um comentário:


"O objetivo da educação não é o de transmitir conhecimentos sempre mais numerosos ao aluno, mas o de criar nele um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um sentido definido, não apenas durante a infância, mas por toda a vida”



(Durkheim)